quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Trabalho noturno e alimentação em horário irregular prejudicam a saúde




O trabalho noturno e a alimentação em horários irregulares se apresentam como perigos reais à saúde, assim como a obesidade, o transtorno metabólico e o diabetes, segundo um artigo publicado nesta quinta-feira na revista Current Biology.
                                             Transtornos nas horas de sono podem ter efeitos significativos sobre a regulação do peso corporal

Os pesquisadores, liderados por Shu-qun Shi, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Vanderbilt (Tennessee), descobriram que a ação da insulina sobe e baixa de acordo com o ritmo circadiano de 24 horas.

"Muitos processos fisiológicos possuem ritmos próprios de dia e noite, incluído o comportamento da alimentação, do metabolismo de lipídios e carboidratos e do sonho", revelou o artigo, que também indicou que estas oscilações diárias controlam o chamado "relógio circadiano" biológico.

O transtorno da sincronia no ritmo circadiano, que é uma das características do trabalho em jornadas noturnas, o desajuste que ocorre durante longas viagens de avião e os transtornos nas horas de sono "podem ter efeitos significativos sobre a regulação do peso corporal e sobre a homeostase de glicose e lipídios", acrescentou o estudo.

Os experimentos feitos com cobaias mostraram que, quando os animais não podem manter uma regularidade, o ciclo circadiano gira em torno de em uma modalidade resistente à insulina e propensa à obesidade.

"Estávamos acostumados a crer que algumas coisas eram tão importantes que deviam ser constantes", comentou Carl Johnson, do Departamento de Fisiologia e Biofísica da universidade citada e um dos idealizadores do estudo.

"Agora, nós sabemos que estes pontos-chaves do metabolismo mudam em função da hora do dia", acrescentou o pesquisador.

As cobaias normais se tornam resistentes à insulina durante o dia quando em geral estão dormindo, da mesma forma que a maioria dos animais sonâmbulos.

Os pesquisadores interferiram nessa regularidade, seja por defeito genético ou pela exposição constante à luz, e fizeram com que os ratos perdessem a noção das horas.

"Desde Claude Bernard, no século XIX, o conceito de homeostase como manutenção de um ambiente interno constante esteve profundamente enraizado em nossa ideia de como funcionam os organismos", descreveram os pesquisadores.

Mas, de acordo com o estudo, este é um conceito errado pela simples razão de que o ambiente do animal segue seu próprio ritmo diário. "A evolução favorece os organismos que possuem uma ótima resposta ao ambiente, e esta é rítmica", apontou Johnson.

Por isso, a ação da insulina e o metabolismo do açúcar no sangue estão vinculados à hora do dia e aos mecanismos internos que levam em conta essas horas.

Isto representa um problema para os humanos que vivem em um ambiente no qual manipulam a luz disponível às horas de provisão de comida abundante.

"As dietas mediterrâneas, nas quais a principal refeição do dia é feita ao meio dia, provavelmente sejam as mais sadias", declarou Johnson, que acrescentou que os jantares devem ser mais leves e que os lanches após o jantar não é tão indicado.
Ampliar

Conheça alguns mitos e verdades sobre diabetes 20 fotos

3 / 20
Diabetes, na fase inicial, não provoca sintomas. VERDADE: na fase inicial da doença, o único indicativo é mesmo o exame de sangue. "Diferentemente de outras doenças, o diabetes não provoca dor. Até chegar às complicações severas, o paciente pode levar 10, 15 anos", afirma o endocrinologista Felipe Gaia. Por isso, é importante que os pacientes sejam bem orientados pelos médicos, para que não fiquem relapsos com o tratamento.

Paulo Coelho.



Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro. Cada manhã traz uma benção escondida; uma benção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar.
Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder.
Este milagre está nos detalhes do cotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correta para a decisão que tomaremos.
Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, porque estamos em constante processo de mudança.

Dia 5 de março.



           Até onde a sede de vingança pode levar uma pessoa. Não perca a história mais antiga mais ao mesmo tempo tão atual, Hamlet de Willian Shakespeare.

Por que a bola de golfe é cheia de buracos?



            bola-de-golfe

Porque os furos, ou alvéolos, ajudam a impulsioná-la. Quando a bola parte em alta velocidade, ela empurra o ar que está à frente, formando várias correntes que freiam seu movimento. Cada alvéolo cria uma turbulência que mantém a corrente principal mais próxima de toda a superfície da bola e não apenas à sua frente. Com isso, aumenta a pressão do ar na parte de trás, dando um impulso maior. No século XIX, quando surgiram as bolas de borracha, percebeu-se que, quanto maior o seu desgaste, maior era a distância que elas atingiam. Os fabricantes passaram, então, a furá-las com martelos pontiagudos. Em 1890, o revestimento foi padronizado e as bolas ficaram parecidas com as atuais, com até 500 alvéolos.
Furinhos de longo alcance Reentrâncias fazem a bola voar mais longe
Nas bolas lisas, a diferença de pressão entre a parte dianteira (que enfrenta o atrito do ar) e a traseira freia o deslocamento.
Os furos, por sua vez, desviam a corrente de ar, aproximando-a de toda a superfície da bola. O desvio na corrente aumenta a pressão na parte traseira da bola, o que ajuda a impulsioná-la.

Para delegado, tragédia na Kiss vai 'revolucionar' entretenimento no país


Um mês após a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), o titular da Delegacia Regional da cidade, Marcelo Mendes Arigony, de 40 anos, diz estar perto de concluir o que considera o "maior inquérito da história” da Polícia Civil gaúcha. Em entrevista ao G1, ele lembra do momento em que entrou na casa noturna e "contou 40 corpos" e da quase ida da filha ao local e fala dos momentos mais marcantes da tragédia.
A investigação, conduzida por Arigony, apura as causas e os possíveis responsáveis pelo incêndio que vitimou 239 pessoas no dia 27 de janeiro. O prazo de envio do inquérito à Justiça se esgota no domingo (3). Mas a polícia não descarta pedir a prorrogação. Ainda não estão prontos os laudos da perícia, que devem comprovar a tese da polícia de que houve homicídio doloso qualificado no caso. 
O documento já soma quase 4 mil páginas e o volume pode dobrar. Além do resultado de inúmeras perícias, de papéis e provas apreendidas, nele consta o depoimento de mais de 500 pessoas. São testemunhos de sobreviventes, de bombeiros que participaram do resgate, de autoridades e responsáveis pela fiscalização e concessão de alvarás no município, entre outros envolvidos direta ou indiretamente no caso. 
Natural de Santa Maria, Arigony tem envolvimento pessoal na tragédia. A prima dele, Sabrina Mendes, de 18 anos, foi à Kiss naquela noite e não saiu de lá com vida. Por pouco o desastre não passou ainda mais perto da vida do delegado. A filha dele, Ana Luiza, foi convidada a ir para a casa noturna, mas não foi.
Além disso, na quinta-feira anterior à tragédia, a jovem completou 18 anos e a família discutiu se comemoraria na sexta-feira ou no sábado. A opção foi pelo primeiro dia e, após um churrasco na casa de Arigony, ela foi com os amigos na Absinto (cujo proprietário é Mauro Hoffmann, também sócio da Kiss). No dia seguinte, a única opção noturna seria a Kiss.
Por conta da proximidade com os fatos investigados, houve dúvidas sobre a capacidade do delegado de conduzir o inquérito de forma imparcial. Ele chegou a se emocionar quando se dirigia a um grupo de estudantes, que clamavam por justiça em um protesto na porta da Delegacia Regional, na terça-feira seguinte ao incêndio.  
O delegado também foi alvo de críticas por postar no Facebook uma foto de um show pirotécnico dentro da Kiss, com a frase “tirem suas próprias conclusões”. A publicação foi retirada da página horas depois. Em entrevista coletiva nos dias seguintes, ele afirmou que seria o primeiro a se declarar impedido de conduzir as investigações sobre a tragédia na Kiss caso assim se sentisse.  
Na madrugada do dia 27 de janeiro, Arigony aproveitava os últimos dias de férias quando foi acordado com a notícia do incêndio na Kiss. Preocupou-se imediatamente com a filha, mas se tranquilizou ao falar com ela por telefone e se dirigiu à porta da boate em seguida. Chegou lá por volta das 5h. Desde então, ele diz que dorme de três a cinco horas por dia e não tem mais vida social. Leia trechos da entrevista:
  •  
Inquérito policial boate Kiss Santa Maria Arigony (Foto: Polícia Civil/Divulgação)Delegado Arigony (C) conta com a ajuda de
dezenas de policiais para investigar incêndio
na boate Kiss (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
G1 - Em que pé está a investigação hoje? Qual é o rumo que a polícia está seguindo?
Marcelo Arigony
 - Estamos com 30 dias de inquérito policial, temos quatro pessoas presas por prisão temporária decretada por cinco dias, prorrogada por mais 30. Esse prazo está se escoando e termina no dia 3. Nós temos duas questões a serem investigadas basicamente. São três núcleos, mas com duas questões. A primeira é como isso aconteceu, por que essas pessoas não conseguiram sair de lá e por que morreram. Isto está bem esclarecido. No terceiro dia, nas coletivas que fizemos aqui, apontamos diversas circunstâncias: uma pessoa utilizou um aparato pirotécnico que era para uso externo e ela fez uso interno, e acabou pegando fogo em uma espuma que não deveria estar lá e é inflamável, e que gera um gás altamente tóxico que é o cianeto. Além disso havia muita gente dentro da boate, provavelmente mais do que a lotação que deveria ter, isso ainda não confirmamos, pretendemos confirmar. Os primeiros extintores que foram utilizados não funcionaram. Estamos checando a questão dos extintores. A porta não deu a vazão que deveria dar para que as pessoas saíssem. Talvez precisássemos de portas maiores. Estamos checando isso. A sinalização de emergência foi ineficiente e havia barreiras de ferro que praticamente impossibilitaram que as pessoas saíssem. Esse conjunto de circunstâncias levou à morte daquelas pessoas. Isto está claro para nós. Depende ainda das perícias. Nenhum laudo ainda chegou, mas os laudos vão chegar e coroar o que dissemos. A questão do momento é a dos alvarás, por que aquela boate funcionava dessa maneira, quem forneceu os alvarás, como foram fornecidos, como era a concessão. Os atores sociais envolvidos são o poder público e os bombeiros. Este caso será um paradigma que vai revolucionar a indústria de entretenimento de multidões. Haverá avanços legislativos, a concessão de alvarás será feita de forma mais rigorosa e a fiscalização será mais criteriosa.

G1 - As pessoas que estão presas serão as únicas a serem responsabilizadas dentro da primeira parte da investigação?
Arigony - 
Não necessariamente. Temos este núcleo bem esclarecido, mas eu não consigo terminar sem a perícia, que vai confirmar aquilo que eu disse. Estivemos no Instituto-Geral de Perícias e, embora não tenhamos um laudo oficial que confirme o que eu disse, temos uma sinalização muito otimista. Pelo que eu vi, está tudo em consonância absoluta com o panorama probatório formado nos autos. Tudo o que dissemos até agora não desborda em nada do que será o objeto da conclusão do inquérito policial. É importante deixar claro que em nenhum momento estamos investigando pessoas. O fato de essas pessoas estarem presas não indica culpa. São prisões por conveniência, por absoluta imprescindibilidade para a investigação. Vamos chegar daqui a um tempo com o fato absolutamente esclarecido. É óbvio que disso responsabilidades virão.
G1 - Em uma possível prorrogação do inquérito, eles podem ser soltos ou será pedida a prisão preventiva?
Arigony - 
Vamos deliberar até sexta-feira. O prazo se escoa no domingo. Vamos usar esta semana que nós temos e na sexta-feira eu e os demais delegados vamos nos reunir para verificar. Se houver necessidade de prisão, vamos lançar mão de outro tipo de prisão provisória. Existem cinco tipos e, se houver necessidade, representaremos por prisão preventiva. Não está descartado, mas não está definido neste momento.
G1 - Os depoimentos dos empresários e dos integrantes da banda são contraditórios, tanto que advogado do Kiko pede que sejam feitas acareações...
Arigony - 
Serão feitas. Os indivíduos que estão presos serão ouvidos novamente, e algumas pessoas que já foram ouvidas o serão novamente, buscando esclarecer os pontos controversos. Inclusive vamos fazer acareações entre eles. Quanto mais avançada estiver a investigação, melhor. Já temos 500 pessoas ouvidas neste inquérito. Quanto mais pessoas eu tiver ouvidas, mais eu tenho o fato esclarecido para possibilitar que eu aproveite melhor este segundo depoimento destes indivíduos, aí sim terei os pontos mais controversos. Por exemplo, no caso do Kiko (Elissandro Spohr, sócio da boate), quem colocou a espuma, porque colocou a espuma, se havia engenheiros...
G1 - Além dos depoimentos, reconstituições e pesquisas, que outros métodos foram utilizados pela polícia para tentar desvendar o caso?
Arigony - 
Estamos oficiando, pedindo documentos a diversos órgãos. Em alguns ofícios, demandamos algumas quebras de sigilo via Justiça. Chegamos a trazer um scanner do Canadá, que reproduziu a boate para montar uma maquete digital. Procuramos sempre alargar o leque, conversar com químicos, engenheiros, com o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), para nos ajudar a entender isso e formular uma conclusão responsável.
G1 - Quais as principais dificuldades encontradas pelo senhor para concluir o inquérito?
Arigony - 
Esclarecer o fato é fácil, conhecendo a circunstâncias. Difícil é a questão das fiscalizações, se foi fiscalizado ou se foi mal fiscalizado. Também enfrentamos uma pressão muito grande lá no início. Até hoje, mas no início foi absurda. A imprensa tinha repórteres investigando até mais do que nós. Tínhamos 20 investigadores e a imprensa tinha 100 nos trazendo fatos novos. Em um primeiro momento, fomos a reboque de vocês (jornalistas).
Inquérito policial boate Kiss Santa Maria (Foto: Polícia Civil/Divulgação)Inquérito policial já tem quase 4 mil páginas e número ainda pode dobrar (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
G1 - Esse caso certamente é um dos principais que o senhor já investigou...
Arigony - 
Este caso é o maior inquérito da história da Polícia Civil e espero que seja o maior que a polícia vai ver. O que pode ser maior que a morte de quase 240 pessoas, 500 feridos e todas as repercussões disso?
G1 - Em qual momento você percebeu a relevância do caso?
Arigony - 
Primeiro, ficamos anestesiados com a situação. Perdi a noção de tempo naquela madrugada. Cheguei lá (na boate Kiss) por volta das 5h. Entrei e contei uns 40 corpos, mas não sabia que se avançasse chegaria até o resto do banheiro. Foi horrível. Fizemos um gabinete de gerenciamento de crise e deliberamos por levar os corpos para o Centro Desportivo Municipal (CDM). Ali foram 24 horas trabalhando naquela situação. Quando identificamos o último corpo, levamos ao DML, todos foram descansar. Os 30 atores sociais que estavam lá, como Exército, Brigada Militar, Bombeiros... O trabalho deles tinha terminado e o nosso estava começando. Aí a imprensa caiu aqui. Chegou Al-Jazira, jornalistas chineses, CNN... Esse foi o momento em que deu para parar e pensar que Santa Maria estava no mundo por conta disso.
G1 - Quais as principais particularidades em relação a outros casos?
Arigony - 
É um inquérito  que envolve o clamor social de uma cidade inteira. Envolve a dor de uma cidade inteira. Não há um lugar em que você vá que não tenha alguém que não tenha perdido um parente. Às vezes muito próximo, às vezes mais distante. Que perdeu um amigo, um aluno... A cidade inteira está consternada.
G1 - O que mais chocou o senhor nessa investigação?
Arigony - 
Foi o primeiro dia. Foram 230 vítimas naquele local. Lidamos com isso em 24 horas. Tínhamos de levar ao Centro Desportivo Municipal (CDM). Tivemos de organizar e conter os familiares que queriam ver seus filhos vivos, fazer com que eles entrassem de 10 em 10 em um ambiente onde havia 230 mortos, para os pais reconhecerem os filhos. Foi muito difícil.
G1 - Muito material foi recolhido. Há um filtro em relação ao que será apurado?
Arigony - Estamos compartimentando isso. Tantos depoimentos são sobre a porta, tantos são sobre o forro, etc. Estamos tentando organizar e compartimentar isso para aproveitar de forma organizada. Estamos compilando estes depoimentos para termos um extrato. Normalmente uma prova testemunhal é frágil, mas neste caso são tantos dizendo a mesma coisa que ela se torna um panorama probatório praticamente indelével, muito firme.
G1 - Você e o Sandro Meinerz estão à frente da investigação, e o Marcos Vianna também participa. Quais as atribuições de vocês?
Arigony - 
O Marcos estava entrando em férias, não estava na cidade. Eu fui acionado, fui ao local e coordenei no primeiro momento. O Sandro estava indo para a Operação Verão, mas ele é o delegado da Defrec (Delegacia Especializada de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas), a mais importante da cidade. Chamamos todos os delegados e agentes que estavam disponíveis no primeiro dia. Na sequência, precisamos montar uma equipe. Optamos por cancelar a ida do Sandro para a Operação Verão e eu pedi a ele que ele me ajudasse. O Sandro é o braço direito. A delegada Luiza Santos Sousa é responsável pela parte dos depoimentos, que é muito importante, e o delegado Gabriel Zanella, que eu trouxe de Júlio de Castilhos e designei para fazer o inquérito. Ele é o delegado da parte documental, também muito importante. O Marcos Vianna cancelou as férias e está mais na parte de auxílio, de assessoria.

G1 - É possível saber quantas páginas terá este inquérito?
Arigony - 
Temos agora em torno de 4 mil. Não sabemos ainda. Talvez dobre. Quando vierem os prontuários de atendimento dos 500 feridos do hospital, e se cada um mandar 10 páginas, são 5 mil. Temos 13 volumes de 250 páginas no mínimo hoje. São 500 depoimentos e todas estas páginas de inquérito. Os delegados têm trabalhado muito.
Delegado Marcelo Arigony mostra o celular que foi roubado (Foto: Felipe Truda/G1)Arigony e o também delegado Sandro Meinerz,
que ele considera o seu braço direito na
investigação (Foto: Felipe Truda/G1)
G1 - Você tem tempo para exercer alguma atividade social?
Arigony - 
Nada, desde que este fato aconteceu. Na primeira semana, nós praticamente não dormimos. Dormíamos três horas por noite. A partir da segunda semana passamos a dormir quatro ou cinco horas. E deste então estamos trabalhando incessantemente. Não digo que estou trabalhando 15 horas por dia, mas a equipe está. A roda segue girando. Tenho minhas delegacias para coordenar, tenho a parte administrativa. É uma região de 21 municípios. Não temos mais vida desde o fato e vamos continuar assim talvez por mais uns 15 ou 30 dias até que pelo menos a parte principal deste inquérito, já incluindo a questão do alvarás, seja terminada.
G1 - Qual sua idade e há quantos anos você trabalha na polícia?
Arigony - 
Tenho 40 anos, quase 14 de polícia. Antes eu trabalhei quase 10 anos no Banco do Brasil. Me formei em Direito na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), fui a Porto Alegre e ingressei na Escola de Magistratura e passei no concurso para delegado.

G1 - Você lembrou os tempos de faculdade durante a investigação?
Arigony - 
Lembrei. Inclusive o próprio delegado Sandro era meu colega de faculdade. Temos uma amizade de muito tempo por isso. Trabalhamos juntos há bastante tempo. Sou professor de Direito Penal na Fadisma (Faculdade de Direito de Santa Maria) e perdi alunos. Agora as aulas recomeçaram e estamos passando por um momento difícil na faculdade.
G1 - Quantos alunos seus morreram?
Arigony - 
Dois. Uma era a Andressa Brissow. Ela era da minha turma e eu tinha uma relação pessoal com ela. Tínhamos um núcleo de alunos com quem tínhamos uma relação mais próxima. A Andressa era uma. Também perdi uma prima, filha de um tio meu. Ele mora em Brasília e ela, aqui com a mãe. Ela estava na boate. Todos perdemos alguém nesta cidade.

G1 - O senhor é casado, tem filhos?
Arigony - 
Eu estou solteiro. Tenho uma namorada. Já tive uma companheira e tenho uma filha de 18 anos. Moramos hoje só eu e ela.
G1 - Como é a relação entre ela e a tragédia?
Arigony - 
Houve um fato importante. Minha filha fez 18 anos na quinta-feira. Ela queria fazer uma festa e nós deliberamos se seria na sexta-feira ou no sábado. Optamos por fazer na sexta. Fizemos um churrasco lá em casa e ela colocou uma lista com os nomes dos amigos para a boate. O Absinto funcionava em uma sexta-feira e a Kiss, no sábado. Como foi sexta-feira, ela colocou a lista no Absinto. Foram 35 na lista dela. No outro dia eles estavam cansados e ninguém foi à Kiss. Se a festa fosse no sábado, teria sido lá depois do churrasco. Minha prima chegou a convidar a Ana Luiza para ir no sábado, mas ela não foi. É interessante a casualidade...
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 239 mortos na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
Equipamentos de gravação estavam no conserto.

Aumenta risco de câncer perto da central japonesa de Fukushima, diz OMS


O acidente nuclear de Fukushima, no Japão, aumentou relativamente o risco de câncer nas zonas mais afetadas, perto da central, considera um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado nesta quinta-feira em Genebra.

O estudo deduz que o acidente de Fukushima, ocorrido em 2011, "não deve significar nenhum aumento perceptível dos riscos para a saúde no exterior do Japão", acrescenta o relatório.

Os especialistas consideram neste documento de 166 páginas que, em um raio de 20 km ao redor da central acidentada por um violento terremoto seguido de um tsunami, o risco de câncer de tireóide entre as mulheres e as crianças chega a 1,25%, acima do índice comum, de 0,75%.

Em 1986, depois do acidente de Chernobyl, na Ucrânia, foi detectado um aumento considerável do número de casos de câncer de tireóide entre as crianças.

"A primeira preocupação identificada neste relatório envolve os riscos específicos de câncer vinculados à região e a fatores demográficos", explicou María Neira, diretora da OMS para a Saúde e o Meio Ambiente.

"Uma análise dos dados, baseada na idade, no sexo e na proximidade em relação à central mostra um risco maior para aqueles que estavam nas zonas mais contaminadas. Fora destas zonas, incluindo a cidade de Fukushima, não se espera nenhum aumento de risco de câncer", afirmou Neira.

A OMS insiste no relatório na necessidade de fazer um acompanhamento durante anos das populações mais expostas, e de vigiar os alimentos e o meio ambiente.

Para os operários que trabalham na estabilização da central, há "um aumento do risco" de leucemia e de câncer de tireóide e de outro tipo, acrescenta a OMS.
Ampliar

Monge tenta eliminar inimigo invisível em Fukushima: a radiação10 fotos

10 / 10
Koyu Abe dá instruções aos voluntários durante uma ação de limpeza da radiação em uma escola primária em Fukushima, no Japão Leia mais Yuriko Nakao/Reuters
Ampliar

Cães resgatados em Fukushima6 fotos

6 / 6
Foto mostra cães perdidos em uma área evacuada perto da usina nuclear de Fukushima. Dezenas de voluntários japoneses deixaram de lado as recomendações das autoridades japonesas para resgatar os cães que estavam em uma área próxima à usina nuclear de Fukushima, evacuada devido ao risco de contaminação radioativaLeia mais Hiro Komae - 7.abr.2011/ AP

Vingadores vs. X-Men começa a sair no Brasil em março


A Panini Comics finalmente anunciou o início deVingadores vs. X-Men no Brasil: será no mês que vem, com a edição especial Vingadores vs. X-Men 0.
O especial terá 132 páginas e vai reunir histórias que servem de prelúdio à saga: a minissérie Avengers: X-Sanction - que mostra o retorno de Cable, atacando os Vingadores -, uma história curta do novo Nova e o especial original Avengers vs. X-Men #0, enfocado em Esperança Summers.
A partir de abril, Vingadores vs. X-Men começa para valer numa minissérie mensal - cujo formato e quantidade de edições e ainda não foi anunciado. A saga faz o que o título promete e reúne autores figurões da MarvelBrian Michael Bendis, Jason Aaron, Jonathan Hickman, Matt Fraction e Ed Brubaker nos roteiros, Olivier Coipel, Adam Kubert, Jim Cheung, John Romita Jr. e Frank Cho nos desenhos.
Nos EUA, a saga rolou de abril a setembro do ano passado, em uma minissérie principal de doze capítulos, na minissérie acessória (em seis capítulos) AVX:VS - só de combates entre integrantes de cada equipe - e nas séries mensais das linhas Vingadores e X-Men. Com algumas mudanças significativas para o Universo Marvel, a saga desembocou no relançamento da linha principal da editora com a iniciativa Marvel Now.
Vingadores vs. X-Men 0 vai custar R$ 15,90.
                                                            vingadores-x-men

Defesa pede habeas corpus para médica suspeita de matar pacientes


A defesa da médica Virgínia Helena Soares de Souza, 56, suspeita de provocar a morte de pacientes, entrou ontem com pedido de habeas corpus para que ela seja libertada. Ela é chefe da UTI do Hospital Universitário Evangélico e está presa em caráter preventivo desde o dia 19.
A polícia suspeita que a médica tenha antecipado a morte de pacientes. Virgínia nega as acusações.
O advogado dela, Elias Mattar Assad, disse à Folha nesta semana que os laudos das vítimas apontam, até aqui, que as condições dos corpos condizem com as causas indicadas no atestado de óbito, e não comprovariam, portanto, uso de anestésicos ou outros medicamentos para antecipar a morte.
Outras quatro pessoas de sua equipe estão presas. Entre eles, estão três anestesistas e uma enfermeira. Eles tiveram a prisão temporária (por 30 dias) decretada pela Justiça na semana passada.
A polícia disse ontem que não infiltrou agente na UTI, a despeito de ter conseguido autorização judicial. Em nota, disse que a medida "se tornou inviável do ponto de vista operacional".
Inicialmente, havia sido informado que um policial disfarçado permaneceu por dois meses infiltrado no Hospital Universitário Evangélico, entre o fim de 2012 e o início deste ano, próximo da médica.
Henry Milleo/Gazeta do Povo/Folhapress
A médica Virginia Helena Soares de Souza, medica chefe da UTI do hospital Evangélico, escoltada por policiais
A médica Virginia Helena Soares de Souza, medica chefe da UTI do hospital Evangélico, escoltada por policiais

Menina de 15 anos, fazia sexo com padre uma vez por mês.


As investigações sobre o caso do padre Emilson Soares Corrêa, já indiciado por estupro de uma menina de sete anos, ganharam novo personagem. A menina de 15 anos que aparece em um vídeo — divulgado pelo EXTRA na última terça-feira — fazendo sexo com o religioso na casa paroquial da Igreja Nossa Senhora do Amparo foi depor ontem na delegacia. Ela confirmou, em seu depoimento, que participou do flagra armado pelo pai das duas meninas que acusam o padre de estupro e afirmou que mantinha relações sexuais mensalmente com o padre desde os 14 anos. No relato, a menina afirma que ele oferecia pequenas quantias em dinheiro a ela
.
— Ela disse claramente que aquela não foi a primeira vez. O relato da menor se aproxima muito do depoimento da outra menina, de 19 anos, também seduzida com presentes — afirmou a delegada Marta Dominguez, da Deam de Niterói.
Ela, porém, deixa claro que, apesar de a menina ser menor de idade, o ato sexual não configura crime:
— Ela tinha mais de 14 anos e não houve violência ou ameaça.
Embora o depoimento da menor não tenha produzido efeitos no inquérito, a situação do padre ficou mais complicada ontem. Um novo relato da menina de 19 anos, que também aparece no vídeo, resultou em novo indiciamento do padre por estupro. A jovem relatou à delegada que o padre a convenceu a fazer sexo oral com ele quando ela tinha apenas 13 anos. O episódio teria acontecido na banheira de hidromassagem em formato de coração que o padre tinha em sua casa paroquial.
— O novo indiciamento deixa o padre em situação mais difícil. Se a denúncia for aceita pelo Ministério Público, ele pode incorrer em concurso material, pois cometeu o crime mais de uma vez — explicou a delegada.



                      

“Leoa” Amanda Nunes vibra por ser 1ª brasileira no UFC e diz ter antídoto para chave de braço de Ronda


Quando atendeu ao telefone, apenas com suas primeiras palavras já era possível perceber que do outro lado tinha um grande sorriso. Amanda Nunes nem ligou para o fato que essa devia ser mais uma de muitas entrevistas que vinha dando, afinal, ela era a primeira brasileira a assinar com o UFC depois que a categoria galo feminina foi criada.
“É um sonho sendo realizado. Não tem muito mais o que falar”, resumiu ao blog a baiana de 24 anos, que há dois mora em Miami, onde treina e trabalha na equipe MMA Masters. Com um cartel de sete vitórias e três derrotas, Amanda acredita que todo o sofrimento que passou para se tornar lutadora profissional finalmente foi recompensado.
Com uma luta marcada no Invicta em abril, contra Kaitlin Young, ela já pensa em sua estreia no UFC depois desse compromisso. Ela vai além. Nunes garante que tem o antidoto para a chave de braço da campeã Ronda Rousey. “Ela está com o cinturão, mas eu vou pegá-lo porque ele é meu.”
Nessa conversa bem bacana que o blog teve com a jovem, ela ainda falou sobre como começou a lutar na Bahia, por que trocou Salvador por Miami e revela a origem do seu apelido de Leoa. Confira!
Fala um pouco sobre como você está se sentindo nesse momento.  Não tem nem como explicar o quanto eu estou feliz. Estou há anos trabalhando para isso. Já chorei, já gritei. Sempre corri atrás dessa vaga, ainda mais agora com o UFC.
Como você recebeu a notícia de que tinha sido contratada? Eu estava dormindo no domingo, quando um amigo me mandou uma mensagem de parabéns. Estranhei, porque nem era meu aniversário, mas ele falou para eu ver na internet. Quando entrei, estava lá que eu tinha sido contratada. Era meu sonho sendo realizado.
Já caiu a ficha que você é a primeira mulher brasileira no UFC? Sei que vou fazer essa luta pelo Invicta, ela está de pé, e depois vou ver como e quando irei para o UFC. Queria muito ser a primeira brasileira no evento, sempre pedi isso, era uma chance de entrar para a história. O Brasil vai conquistar mais um título.
Como você entrou nas lutas? Eu luto desde os 5 anos. Eu era uma criança muito espoleta, muito levada na escola, tinha muita energia. Então minha mãe me colocou na capoeira para extravasar. Depois, conheci o boxe e já quis entrar no mundo da luta. Para o MMA foi um passo.
Mas foi direto do boxe para o MMA?Não, não. Com 15 anos, conheci o jiu-jítsu, que minha irmã já treinava, o judô também. Então fiz testes para entrar no time do professor Ricardo Carvalho e consegui. Fui a primeira mulher a treinar na equipe. Ele viu que eu tinha talento e potencial para a luta. A primeira luta de MMA surgiu com 19 anos, mas já tinha essa vontade desde os tempos de boxe.
Por que você deixou o Brasil para treinar e morar nos Estados Unidos? Eu vim para cá porque não tinha oportunidades no Brasil, principalmente em relação a patrocínio. Não tinha como me manter. Fiquei dois anos indo e vindo, até que surgiu a oportunidade de ficar de vez aqui. Faz dois anos isso. Eu só volto por causa da minha família, por mim ficava direto.
Mas você se arrepende dessa mudança? Não iria deixar meu sonho para trás, não era porque eu não conseguia patrocínio que eu iria estacionar na minha carreira. Não pensei duas vezes quando tive a chance de vir de vez para cá, foi o lugar que me abraçou. Nunca acreditaram de verdade em mim no Brasil. Mas agora, consegui.
De onde veio o apelido Leoa? O apelido surgiu por conta das minhas lutas, eu sempre vou para cima, tento nocautear ou finalizar. Um dia me falaram que parecia uma leoa atacando sua presa. E até hoje ficou. Só me chamam de Leoa e me identifico muito com isso.
Chegou a ver a luta da Ronda no sábado? Vi a luta e ela foi maravilhosa. Fui em um bar aqui em Miami e não tinha onde sentar. A repercussão foi absurda. Agora para frente, é só brilhar.
Já consegue imaginar uma luta sua contra ela, valendo o cinturão?  Com certeza, imagino um combate rápido, eu lutando muito bem. Vou fazer meu jogo, usar meu jiu-jítsu. Aquela posição que ela pega na chave de braço, eu treino muito. Comigo ela não vai conseguir fazer, ela não é invencível. Eu faço as coisas bem direitinho. Ela está com o cinturão, mas eu vou pegá-lo porque ele é meu.
Ampliar

Invicta FC 410 fotos

5 / 10
05.jan.2013 - Modelo Paige VanZant (d), de 18 anos, é atingida por Tecia Torres durante derrota no Invicta FC 4 Leia mais Divulgação